Por Joaquim
Haickel
Passei os
dois últimos anos do primeiro governo de Flávio Dino fazendo análises e
críticas sobre seu modo de agir politicamente. Indiquei e provei diversas vezes
que a mecânica da política se impõe sobre qualquer um e em qualquer caso, não
importando quem seja o agente ou sua ideologia. Digo isso para reafirmar que a
mera mudança de governante não significa mudança na prática política propriamente
dita.
É bem
verdade que pelo fato do grupo hegemônico anterior ter permanecido muito tempo
no poder, a mudança que ocorreu em 2014 se sobressaiu bem mais.
Há uma
outra coisa que precisa ser dita. Flávio Dino, espertamente, agiu em seu
primeiro mandato como se na verdade estivesse na oposição, fazendo com que as
críticas e as cobranças que deveriam ser feitas ao seu governo, fossem
direcionadas para seus adversários!
Mas isso
tudo é passado! Vamos ver o que o presente nos oferece e qual futuro nos
aguarda.
FD está
fazendo uma grande rearrumação em seu governo, trocando secretários de pastas,
demitindo uns e indicando novos para substituí-los. O governador tem para com
seus auxiliares uma postura muito peculiar. Ele não é igual a João Castelo, que
ganhou de seus amigos o carinhoso apelido de “Deixa Comigo”, pois em que
pesasse ter um excelente time de secretários, Castelo jogava nas 11 e fazia
gols de placa em várias áreas! Flávio tem poucos auxiliares que possam ser
chamados realmente de secretários, pessoas que realmente tenham autonomia. O
que ele tem em abundância são prepostos, pessoas designadas por ele para
cumprirem o papel protocolar de obedecê-lo e seguirem milimetricamente suas
orientações.
Depois de
se eleger para um segundo mandato, o governador precisa reacomodar seus
aliados, que não são poucos, e para isso precisa calcular com astúcia e perícia
cada movimento, no que é ajudado pela falta de competência de seus
correligionários no que diz respeito à indicação de bons nomes para ocuparem
cargos estratégicos.
Exemplo
disso é o DEM, que perdeu a SEDES por não ter a sabedoria de indicar o nome do
ex-líder do governo, Rogério Cafeteira, para essa secretaria. Flávio Dino
precisava colocar Rogério em um cargo e o DEM, pensando mais em seu umbigo,
perdeu uma grande oportunidade de empreender uma das mais importantes manobras
da política: fazer filho na mulher dos outros!…
Rogério
Cafeteira foi indicado para a SEDEL na conta pessoal do governador e o DEM
parece que ficará com menos do que já tinha ou receberá algum posto bem menor
que a SEDES.
Sobre a
indicação de Cafeteira para a SEDEL, Dino comete o mesmo erro cometido por
Roseana Sarney em 2011, ao nomear uma pessoa com excelente qualificação em
outras áreas para exercer a gestão da SEDEL.
Quanto ao
futuro, tudo indica que os ventos sopram decisivamente para estufar as velas do
barco de Carlos Brandão, que como vice-governador, deve assumir o governo em
meados de 2022 e se candidatar ao governo.
Deste
movimento dependem todos os outros que passo aqui a imaginar e relatar: Em 2022
Flávio Dino se desincompatibilizará para disputar o Senado; Brandão, que sábia
e competentemente, desde já, começa a criar em torno de si um grupo que lhe
garanta a disputa do governo com grande vantagem, tomará posse; Weverton e
Josimar devem ser outros dois postulantes ao governo e também estão neste mesmo
grupo político; no time da oposição não vislumbro até este momento nenhum nome
que possa ameaçar Brandão; Weverton deve se acertar com o vice, que precisará
em sua campanha, do partido do senador, o PDT, que numa negociação vai querer
indicar o vice do colinense; Josimar pode ou não se candidatar ao governo, mas
penso que o “bota pra moer” que existe dentro dele não permitirá, levando-o a
um possível acordo.
Bem, era
isso que eu tinha pra dizer hoje! Até uma outra oportunidade.
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