domingo, 13 de março de 2022

COLUNA DO DR. ERIVELTON LAGO

 


UMA TERRA CHEIA DE SANGUE

A Ucrânia era uma das 15 repúblicas que formavam a União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS). Com o colapso da URSS, em agosto de 1991, ela tornou-se uma nação independente e estabeleceu laços mais próximos com as potências do ocidente, o que muito incomodou a Rússia. Ainda nos idos dos séculos V e VI, tribos de povos chamados eslavos chegaram ao território que hoje é a Ucrânia da guerra. No século IX, os invasores vikings e os varegos se mesclaram aos eslavos e fundaram o poderoso reino de Rus, cuja capital era Kiev. Kiev que agora derrama sangue diante do canhão inimigo. Esse país perdeu sangue e poder quando os mongóis o invadiram no século XIII. Ainda em 1991, a Ucrânia declarou sua independência da União Soviética depois que um fracassado golpe contra o presidente soviético Mikhail Gorbachev levou ao fim a URSS. Já em 1994, na eleição presidencial, Leonid Kuchma sucedeu Leonid Kravchuk e conduziu uma política de abertura controlada ao Ocidente, mantendo ainda uma aliança com a Rússia. Após a sua independência, a Ucrânia declarou-se um Estado neutro. Porém, foi formada uma parceria militar limitada com a Rússia e outros países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), ao mesmo tempo em que estabeleceu uma parceria com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1994. Em 2013, depois que o governo do presidente Viktor Yanukovych decidiu suspender um acordo de associação com a União Europeia e buscar laços econômicos mais estreitos com a Rússia, começou uma onda de vários meses de manifestações e protestos conhecida como Euromaidan (Europraça). Esse movimento transformou-se na Revolução da Dignidade levando à derrubada de Yanukovych e ao estabelecimento de um novo governo. Esses eventos formaram o pano de fundo para a anexação da Crimeia pela Rússia em março de 2014 e a Guerra em Donbas, um conflito prolongado com separatistas apoiados pela Rússia, de abril de 2014 até a invasão russa em fevereiro de 2022. O atual presidente, Volodymyr Zelenski, que fez o juramento de posse em 20 de maio de 2019, foi eleito no segundo turno da eleição de abril de 2019 com 73% dos votos. Dizem que o seu namoro com a União Euripeia incomodou a Rússia e pode ser esse um dos motivos da guerra. Fala-se que a Ucrânia é o maior país totalmente europeu, além do mais, a sua posição extremamente centralizada, a torna um divisor entre o Leste e o Oeste.


Por essas razões, o território que hoje é ucraniano, sempre foi considerado estratégico e, por isso, muito cobiçado. Mas por que a Rússia quer a Ucrânia? Entre as muitas razões apontadas, estão: a expansão da Otan pelo Leste Europeu, a possibilidade de adesão da Ucrânia à aliança militar, a contestação ao direito da Ucrânia à soberania independente da Rússia e o desejo de Vladimir Putin de restabelecer a zona de influência da antiga União Soviética. Em 24 de fevereiro de 2022, a Rússia atacou a Ucrânia ao norte, nordeste e através da península da Crimeia ao sul, iniciando uma guerra com a Ucrânia. A Crimeia era uma república autônoma da Ucrânia, mas como já dito, foi invadida e anexada pela Rússia no ano de 2014. A invasão foi amplamente condenada pela comunidade internacional, especialmente pelos países europeus e pelos Estados Unidos. A Rússia argumenta que a Crimeia é uma região de fortes laços históricos e culturais com a população russa. Em resumo, para o povo a guerra sempre será um péssimo negócio. A Primeira Guerra Mundial durou 4 anos, foi a mais terrível das guerras. Foram 20 milhões de mortos e 20 milhões de feridos. A 2ª guerra mundial durou 6 anos, teve a participação de mais 30 países e deixou milhares de pessoas mortas, entre civis e militares. Atribui-se a Invasão da Polônia em 1 de setembro de 1939 como causa imediata do conflito. Morreram 85 milhões de pessoas no conflito. Será que vamos ter agora a 3ª guerra mundial? Por tudo que se fala e por tudo que se ouve, é algo completamente impossível. A única e pequena chance do início de uma terceira guerra está ligada diretamente às ações do presidente russo. Realmente é improvável uma nova grande guerra. A não ser que a Rússia ataque o ocidente. A maioria dos homens evita uma terra cheia de sangue, apesar da constante luta por ela.


7 comentários:

  1. Excelente texto, pontual e elucidativo. Muito bom!

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  2. Meu amigo Erivelton Lago, um texto excelente e pedagógico, para aqueles que apenas veem a guerra é não conhecem a história, ficam na internet só com #### fica a dica, leiam esse texto e terão uma compreensão melhor do que pode ser a origem de tudo isso. Parabéns pelo excelente texto.

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  3. Obrigada Doutor, aprendi muito, excelente texto.

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