terça-feira, 25 de março de 2025

OPINIAO - SEMANA SANTA. CADÊ A CRENÇA? - POR R. CAVALCANTE

 

SEMANA SANTA. CADÊ A CRENÇA?


Ainda chove lá fora,

Uma chuva calma , daquelas que dizem que é pra molhar bestas, aquela chuva com o sol brilhante, a qual o povo dizia que é chuva de casamento de raposa, essas coisinhas as quais ouvíamos das nossas mães, assim como diziam que o barulho dos trovões era São Pedro arrumando as malas e, que  também era Deus ralhando com as crianças que faziam muito barulho.

Na nossa inocência acreditávamos em tudo o que os nossos pais falavam, assim como acreditávamos também que não podíamos fazer barulho na Semana Santa, porque Deus estava com dor de cabeça e, todos nós obedeciamos piamente. Caso fizessemos ao contrário, tinha o acerto de contas no Sábado de Aleluia.

Hoje, as coisas estão todas mudadas, não há mais crenças nas crianças, os adultos perderam o respeito pelas devoções, não se  tem mais respeito pela história do padecimento de Cisto, o nosso Redentor.

A Semana Santa começava na quarta-feira, o silêncio era absoluto. Ninguém ligava rádio ou radiola, as Marias não penteavam os cabelos e, das comidas, eram excluídas todo tipo de carne vermelha, tendo nesses dias, um cardápio a base de peixes frutos do mar. Era um respeito absoluto.

Chegado o Sábado de Aleluia tudo voltava ao normal e todos se alegravam e iam para as portas apreciar os judas amarrados nos postes. Essa figura de judas nos postes, representava aquele que entregou Jesus, vendendo-o por 30 moedas de prata.

O fim desses judas eram tristes, ao serem derrubados, as crianças malhavam, armados de paus e pedras... fazendo assim, estavam eles vingando a morte de Jesus.

As coisas foram mudando, o povo ficando descrente e hoje a Sexta-feira feira santa é a mais desrespeitada do calendário. A morte de Jesus, hoje é lembrada de maneira diferente, com festas de reggae, pizeiros, sertanejo, tocadas em paredões em todos os cantos e praças, num total desrespeito às crenças populares


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