O governador Flávio
Dino (PCdoB) inverteu a lógica da campanha eleitoral e da própria política na
tentativa de se manter encastelado no Palácio dos Leões. Ele é uma espécie de
governador de oposição, que ataca os adversários como se eles estivessem no
poder e com a responsabilidade de fazer o que ele não fez. Os ataques aos
adversários são uma tentativa de evitar que as eleições maranhenses caminhem
para um segundo turno.
Mas o que Dino fez
com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou às raias do cinismo e
da forçação de barra. Ontem, o comunista divulgou uma carta digitalizada e com
uma assinatura de Lula. As suspeitas sobre a carta ficaram claras na mesma hora
da publicação pela turba midiática manipulada pelo Palácio. E até o texto
parece ser envergonhado no que prega.
Todas as cartas,
recados e mensagens feitas por Lula até agora nesta campanha de 2018 – a
exemplo da mensagem em que anunciou sua substituição por Fernando Haddad –
foram feitas à mão pelo ex-presidente e lidas por companheiros do PT mais
próximos. Esses manuscritos estão todos à disposição na mídia que os divulgou.
Por que só a carta a
Dino Lula digitou em computador, imprimiu e apôs sua assinatura? E o
ex-presidente dispõe de um computador em plena cela da PF onde está, em
Curitiba (PR)?
Ainda que a carta
tenha sido digitada por um terceiro e levada à leitura de Lula, que a aprovou e
assinou, o texto continua sendo apelativo e sob suspeita de que tenha saído da
cabeça do ex-presidente. Mais uma mostra do desespero de Flávio Dino, portanto.
Ciro no peito – Há cerca de um
mês, Flávio Dino passeava com o presidenciável Ciro Gomes (PDT), usando
inclusive adesivo colado ao peito.
Agora, surge com a
tal carta de Lula, uma espécie de recado ao povo maranhense, tentativa de
pressão emocional.
A tentativa de grudar
em Lula é tanta que alguns candidatos comunistas mantêm o nome do ex-presidente
nos santinhos distribuídos no interior.
Aécio no peito – Há quatro anos,
era com o senador Aécio Neves (PSDB) que Dino passeava de mãos dadas em São
Luís.
Ele chegou a usar
adesivo do 45 no peito, enquanto o senador mineiro afirmava em palanque ser
“alma gêmea” do governador.
Hoje, abatido pelas
denúncias de corrupção da Lava Jato, Aécio tenta uma vaga na Câmara Federal e
Flávio Dino faz de conta que não o conhece.
Estado
Maior
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