sexta-feira, 28 de setembro de 2018

OPINIÃO - CADERNO ESTADO MAIOR - FORÇOU A BARRA


 

O governador Flávio Dino (PCdoB) inverteu a lógica da campanha eleitoral e da própria política na tentativa de se manter encastelado no Palácio dos Leões. Ele é uma espécie de governador de oposição, que ataca os adversários como se eles estivessem no poder e com a responsabilidade de fazer o que ele não fez. Os ataques aos adversários são uma tentativa de evitar que as eleições maranhenses caminhem para um segundo turno.

Mas o que Dino fez com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou às raias do cinismo e da forçação de barra. Ontem, o comunista divulgou uma carta digitalizada e com uma assinatura de Lula. As suspeitas sobre a carta ficaram claras na mesma hora da publicação pela turba midiática manipulada pelo Palácio. E até o texto parece ser envergonhado no que prega.

Todas as cartas, recados e mensagens feitas por Lula até agora nesta campanha de 2018 – a exemplo da mensagem em que anunciou sua substituição por Fernando Haddad – foram feitas à mão pelo ex-presidente e lidas por companheiros do PT mais próximos. Esses manuscritos estão todos à disposição na mídia que os divulgou.

Por que só a carta a Dino Lula digitou em computador, imprimiu e apôs sua assinatura? E o ex-presidente dispõe de um computador em plena cela da PF onde está, em Curitiba (PR)?

Ainda que a carta tenha sido digitada por um terceiro e levada à leitura de Lula, que a aprovou e assinou, o texto continua sendo apelativo e sob suspeita de que tenha saído da cabeça do ex-presidente. Mais uma mostra do desespero de Flávio Dino, portanto.

Ciro no peito – Há cerca de um mês, Flávio Dino passeava com o presidenciável Ciro Gomes (PDT), usando inclusive adesivo colado ao peito.

Agora, surge com a tal carta de Lula, uma espécie de recado ao povo maranhense, tentativa de pressão emocional.

A tentativa de grudar em Lula é tanta que alguns candidatos comunistas mantêm o nome do ex-presidente nos santinhos distribuídos no interior.

Aécio no peito – Há quatro anos, era com o senador Aécio Neves (PSDB) que Dino passeava de mãos dadas em São Luís.

Ele chegou a usar adesivo do 45 no peito, enquanto o senador mineiro afirmava em palanque ser “alma gêmea” do governador.

Hoje, abatido pelas denúncias de corrupção da Lava Jato, Aécio tenta uma vaga na Câmara Federal e Flávio Dino faz de conta que não o conhece.

Estado Maior

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