domingo, 6 de dezembro de 2020

COLUNA DO DR. ERIVELTON LAGO - EU A MATEI PORQUE A AMAVA MUITO

 


EU A MATEI PORQUE A AMAVA MUITO


Você está amando alguma pessoa? Você já teve a felicidade de amar demais? Você já amou a ponto de pensar em morrer pela pessoa amada? Ou você é uma daquelas pessoas que é apenas amada por alguém? Se você é uma pessoa amada e não ama, então morra, a vida não está valendo a pena para você. Viver é amar. A pessoa que morre de amor por você é mais feliz e certamente viverá muito mais, pois é dela o controle da morte, é ela que poderá matar você por amor. Quem ama mata, o amado quase sempre será a vítima do amante que amou demais. Eis que aqui surge aqui uma grande questão: Quem ama demais mata? A resposta é sim, porém, quem mata está mais feliz do que quem morreu pelas mãos do matador, pois quem morreu estava melancólico e sem qualquer emoção causada pela felicidade de amar. Quando defendi no tribunal do júri o réu Emanoel Arcanjo Firpe Azevedo Maia, ele estava no auge da felicidade quando matou a sua amada mulher com cerca de 20 facadas, pois estava amando. Disse ele: Dr, quando a gente está amando demais nem fome se tem, embora se tenha um prazer profundo e uma alegria dolorida ao ver a pessoa amada, mas se ela já não é mais sua, para que deixá-la viver? O Desembargador do Maranhão, José Cândido de Pontes Visgueiro, no dia 14 de agosto de 1873, em São Luís, matou a sua amante Maria da Conceição, conhecida por Mariquinhas. Na época a sua grande felicidade era se encontrar com ela, tê-la, beijá-la e presenteá-la. Ela era linda, tinha apenas 15 anos de idade quando ele começou a tê-la como sua amante. Ele não tinha outra alegria a não ser sair com ela, sair à procura dela pelas ruas de São Luís quando ela não aparecia no seu palácio. Ficava louco quando ela desaparecia, quando ela dava nele um perdido inexplicável. Ele amava que sentia dor no peito. Amava que chorava. Amava que ria à toa, amava que até a matou. O desembargador não guardava nenhum segredo da sua aventura sexual com a linda garota. Ele exibia a linda moça, com todas as características de um amor desvairado demonstrando surtos frequentes de um ciúme atroz. Coisa típica de quem ama demais. Ele a amava cegamente feliz. Ele dormia na casa dela, ela dormia na casa dele. Quando ela sumia, ele tratava de procurá-la nas casas das suas amigas de devassidão, para onde ela marcava encontros com outros amantes. Porém, como todos sabem, quanto mais amantes uma mulher tem, mais o homem morre por ela, ou mata. A mãe de Mariquinhas, tirando proveito da amasiação da filha com o rico Desembargador, a aconselhava a não sair com outras pessoas. Mariquinhas não a ouvia. No dia do crime, por volta das 14h, ele a pegou pelo pescoço e disse: eu não te disse que te dava um conhecimento? Em seguida colocou um líquido no nariz da moça que ainda disse antes de desmaiar: Meu bem, não me mates. Ele a furou com um punhal no peito esquerdo e deu uma mordida no outro. Em seguida ele cortou as pernas da moça na altura dos joelhos e a colocou num caixão de zinco, após isso a enterrou no quintal da sua mansão. O juiz da causa perguntou ao Desembargador: por que você matou a pobre mulher? Ele respondeu: ela me fazia feliz, porém eu a matei “porque a amava muito”.

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