domingo, 11 de abril de 2021

COLUNA DO DR. ERIVELTON LAGO

 


BACABAL, NARCISO E A PONTE QUE CAIU

Era uma vez, um homem muito bonito, cujo nome era Narciso. Ele era um jovem de indizível beleza, era filho de um senhor conhecido pelo nome de Cefiso e de uma senhora conhecida por Liriope. Os pais de Narciso moram até os dias de hoje na cidade de Bacabal, debaixo da ponte, numa casa no fundo do Rio Mearim. É uma ponte bastante velha que liga a cidade ao famoso bairro da Trizidela. Essa ponte tinha uma irmã mais nova, todavia, ela caiu e se espatifou dentro do rio no dia 4 de abril de 2021. Pois bem, a beleza de Narciso era tamanha que despertava o interesse e a paixão de todas as mulheres da redondeza. Todavia, Narciso era bastante arrogante e sempre estava sozinho, desprezando todas as pretendentes que apareciam, pois ele pensava que ninguém seria digno do seu amor. Achava-se mais bonito do que os outros homens, por isso, deles se afastava. Por provocar a ira de várias donzelas desprezadas, elas pediram a Deus que desse uma lição no belo jovem. Diziam as mulheres: isso não é justo, pois toda beleza vem de Deus e ninguém pode querer ser melhor do que os outros. Um dia, Maria Clara, uma bela moça, residente na comunidade do Sobradinho, foi até a residência da deusa Edite, uma alma protetora de alguns moradores da cidade. Ela reside no seu cemitério particular cerca de trezentos metros da ponte que ainda não caiu. Lá chegando, a linda moça falou o seguinte: Edite, minha amada deusa, eu estou inconformada com a arrogância e o desprezo de Narciso, peço que você jogue um anátema sobre ele que o faça amar uma pessoa com muita intensidade, uma pessoa que ele jamais poderá ter para si. Assim aconteceu, Edite levou Narciso rio abaixo para beberem água lá na comunidade de Cincorá, onde a água era mais limpa e cristalina. Porém, quando ele se inclinou para beber, viu o seu próprio reflexo na água e ficou totalmente encantado. Naquele momento, Narciso, sem saber, se apaixonou por sua própria imagem refletida na água. Sem conseguir alcançar a figura amada, ele se deitou na beira do rio e nesse local definhou, envelheceu, adoeceu e morreu enquanto admirava a sua própria imagem na água do Mearim. Essa história nos ensina que a beleza e a vaidade podem ser uma combinação muito perigosa. A beleza passa rápido e a vaidade nos afasta das pessoas. Além do mais, tudo envelhece, até as pontes, por isso, caem e matam as pessoas.



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