quarta-feira, 13 de maio de 2020

PONTO DE VISTA - NOVO CENÁRIO - POR ITAMAR LIMA

Antes do covid-19, andando por sua cidade, você se depararia, com inúmeras pessoas, conversando em calçadas, no bares, etc. E constataria, fácil, que elas não estavam trabalhando.

Se você desse uma volta pelos povoados de seu município, iria, com certeza, dar de cara com pessoas sentadas embaixo de árvores, proseando, sem maiores preocupações.

Viajando você observaria esse cenário em várias localidades, independentemente, do tamanho do lugar.

Você pensaria, então: como toda essa gente sobrevive sem trabalhar, como consegue alimento, roupas, calçados... A sua análise, seria, sem precisar muito esforço e raciocínio, que apesar de tudo, é uma vida tranquila, sem atropelos. Parecia ser um ócio muito bem administrado, pois você não via, ninguém estressado, correndo atrás disso ou daquilo. E, claro, todos comem, bebem, se divertem... Ninguém passava fome, mesmo sem emprego. Lembrei de um velho ditado: "mesa que come um, comem dez!" Nessa pisada, ninguém morria por barriga vazia. Pois, é! Nenhuma perspectiva, apenas o tempo passando. Nada justificaria correria, alvoroço.

Eis que aparece o medonho do corona vírus e quebra a rotina da população. É preciso mudar o ritmo na esquina, no boteco, na calçada, na praia... Mas, isso exige um certo sacrifício de quem está acostumado com a liberdade total.

Assim, o que mais se ouve é: precisamos sair para trabalhar, senão, passaremos fome. Ninguém proibiu quem realmente trabalha de trabalhar, porém, quem nada faz, poderia, agora, fazer pelos outros. Ou seja, não fazer nada, só ficar em casa. Mas, a alegação de ter que conseguir o pão, era o argumento maior. Pois bem! O governo anuncia uma ajuda de custo e todos serão benficiados, trabalhadores ou não. Aqui começa uma nova história.

Após definida a forma de repasse do auxilio emergencial, percebemos que uma grande massa, que nunca teve pressa para qualquer coisa, desesperadamente, passa a aglomerar-se, nas agências da CEF, para receber o benefício. Indago: para que todo esse desembestamento, se se passava horas a fio, por toda uma vida sem esse recurso, e, de repente, se não fossem busca-lo, todos juntos, o mundo desabaria? Tenho a resposta: primeira investida estudada do governo para boicotar o distanciamento social.

Agora, o presidente, sai com mais uma jogada, irresponsável e palanqueira, pois continua fazendo campanha. Amplia os serviços essências, simplesmente, para deixar os governadores que estão imprimindo esforços para combater a pandemia, em saia justa, com a sociedade. Inclui, então, salões, academias e barbearias, no rol das atividades essenciais. Além de nada fazer para ajudar, crítica o trabalho dos governos estaduais e tenta jogar a população local contra seus representantes. Como dizem por ai: "Deus tá vendo!"

"Salvar a economia!" Essa é sua preocupação maior. Ora tem que ser idiota demais, para não entender a importância da economia para uma nação, assim como tem que ser criminoso, para não se importar com tantas vidas perdidas para o vírus. A única medida tomada por esse governo para "melhorar" a vida do brasileiro e gerar emprego, foi aprovar uma reforma previdenciária, que praticamente, acabou com os direitos trabalhistas, favorecendo a classe empresarial, que agora o apoia querendo que todos trabalhem a qualquer preço, mesmo que custe a vida.

Porque não aumentar o valor do benefício emergencial? Sim, sou a favor do auxílio, neste momento, sem critério para recebê-lo, pois pago impostos e é pra isso que deve servir as arrecadações.

Esse presidente é um incompetente, com uma equipe de mal feitores, destruindo o Brasil.

Itamar Lima
Advogado, bancário, poeta, compositor, cantor e escritor

Nenhum comentário:

Postar um comentário