domingo, 18 de agosto de 2019

DIAGNOSE - DICA DE SAÚDE - SETEMBRO AMARELO

Segundo o Centro de Valorização da Vida (CVV), a cada 45 minutos, um brasileiro tira a própria vida – uma taxa de mortalidade superior a muitos tipos de câncer. Ao todo, foram 90 mil casos registrados no ano de 2016. No Maranhão, cerca de 292 casos oficializados. De junho a agosto deste ano foram registrados 10 casos na Grande São Luís. Assunto tabu, o suicídio é uma grande questão a ser enfrentada pela sociedade e pelo poder público.
Para chamar a atenção da população para o grande número de casos, o mês de setembro foi instituído mundialmente como o período para sensibilizar e conscientizar sobre o tema. Entre as muitas ações relacionadas ao Setembro Amarelo, está a campanha lançada nas promotorias da capital, Setembro amarelo: mês de prevenção ao suicídio, que faz parte do programa Qualidade de Vida no Trabalho, iniciativa do Ministério Público do Maranhão.
A campanha busca chamar a atenção para um problema grave. Todos nós devemos nos irmanar na defesa da vida e prevenção ao suicídio. Os objetivos da campanha Setembro Amarelo, desenvolvida em parceria com outras instituições públicas. temos que conjugar todos os esforços para preservar a vida e combater um problema de saúde pública que precisa ser enfrentado.
De acordo com relatório da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH) divulgado no ano passado com dados de 2005 a 2015, o aumento foi de 30,7% no Brasil. No país, as mortes por suicídio representaram 7,3% do total de mortes violentas por causas externas em 2015, sendo o 4º maior motivo de mortes prematuras no país, totalizando 11.178 mortes, ou cerca de 30 mortes por dia.
Os dados mais alarmantes mostram o aumento desse índice nos estados do Amazonas (139,3%) e do Maranhão (127,8%), seguidos da Paraíba (93,1%), do Acre (75%) e do Piauí (66,7%). No Maranhão, em 2015, o número de suicídios representou 5,3% do total de mortes violentas por causas externas. Destaca ainda que no mês de agosto de 2017 foram registrados 7 casos de suicídio na grande São Luís. No decênio analisado, o aumento do número de suicídios no Maranhão foi de 155%, fazendo com que a taxa pulasse de 1,8 em 2005 (a menor do país) para 4,1 mortes por 100 mil habitantes em 2015, um crescimento já citado de 127,8%. Estes dados demonstram a necessidade urgente de colocar esta temática em destaque e tratá-la definitivamente como uma questão de saúde pública.
É fundamental divulgar entre a população os espaços que trabalham com o auxílio às pessoas que estão em sofrimento psíquico e pressionar os órgãos públicos a investir nas redes de atenção psicossocial, focadas na prevenção ao suicídio. Pesquisas indicam que, em pelo menos 90% dos casos confirmados de suicídio, há relação com patologias de ordem mental, principalmente a depressão. Importa não confundir estado depressivo (a tristeza inerente às situações da vida) com depressão (tristeza persistente que demandará cuidados especiais), e resistir às consultas grátis oferecidas em sites da internet. Pesquisas recentes do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) indicam que 40% dos brasileiros fazem autodiagnóstico pela internet, e mais de 72% se automedicam.
Como pedir ajuda- O Centro de Valorização da Vida (uma das mais antigas ONGs brasileiras, formada em 1962 e associada ao Befrienders Worldwide-união de apoio emocional antissuicídio) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os 2 milhões de atendimentos anuais são realizados por 2.400 voluntários em 90 postos de atendimento pelo telefone 188 (disponível 24 horas por dia, todos os dias), ou pelo www.cvv.org.br via chat, e-mail ou carta. Em São Luís, um serviço de amor ao próximo está disponível também para quem precisa ser ouvido, receber uma mensagem de positividade, ou ainda, se for o caso, uma prece restauradora. No Disk Amor Infinito – Uma Voz Amiga, o atendimento é feito através do número 3225-8600 por voluntários treinados e funciona todos os dias, das 18h às 22h, administrado pelo Pouso Obras Sociais
Por Dr. Otávio Pinho Filho

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