domingo, 12 de junho de 2022

COLUNA DO DR. ERIVELTON LAGO

 


O BANDIDO PANCHO VILLA E O PRESIDENTE AMERICANO

Às vezes desprezar o que não se pode ter, á a melhor vingança. Existe uma história do bandido Pancho Villa, um rebelde mexicano que começou apenas como chefe de uma pequena gangue de bandidos medíocres, mas depois que estourou a revolução mexicana, no ano de 1910, ele se tornou uma espécie de herói folclórico. O bandido assaltava trens e dava dinheiro para os pobres. Usava ataques de surpresa e encantava as mulheres com presentes, dinheiro, poesia e muito romantismo. Seus feitos fascinavam até os americanos. Pancho parecia ser um homem de outra era, meio Robin Hood, meio Don Juan. O Brasil também já teve os seus bandidos heróis: "Lampião, nascido em Serra Talhada, no estado de Pernambuco, pertencia a uma família de lavradores que levavam uma vida dura, mas tinham algumas posses. O outro foi Dândi Pernambucano, era um negro de poucas palavras, que não gostava de brincadeiras e adorava vestir coletes e camisas de seda. Seu apelido era Madame Satã, foi um dos mais célebres bandidos que o Rio de Janeiro já conheceu.


Homossexual assumido e perito na navalhada, o que ele mais adorava era surrar policiais. Sim, mas a história aqui é de Pancho Villa. Depois de muitas lutas, o general Carranza surgiu como o vitorioso da revolução mexicana. O bandido Pancho Villa foi derrotado. Perdedor, Pancho voltou para casa no Estado de Chihuahua, ao norte do México. O seu exército ficou pequeno e cansado, aí ele voltou ao banditismo. Isso arruinou a sua popularidade. Talvez por simples desespero, Pancho começou a se queixar dos Estados Unidos, dos gringos, a quem culpava por suas dificuldades. Em março de 1916, Pancho Vila atacou Columbus, cidade do Novo México. Nessa invasão Pancho matou 17 soldados e civis americanos. O presidente Woodrow Wilson e muitos americanos tinham admiração pelo bandido, mas agora ele tinha de ser punido. Wilson era considerado um pacifista, mas os conselheiros diziam: Villa invadiu um território do país mais poderoso do mundo, isso é uma audácia indesculpável. Diziam os conselheiros: presidente, envie tropas e mostre ao Pancho quem manda. A pressão era grande, o presidente resolveu enviar dez mil soldados para capturar Pancho Villa no México. Os soldados americanos levaram armas modernas, comunicavam-se por rádio e tinham apoio e reconhecimento aéreo. A expedição calculou que o trabalho de captura terminaria em duas semanas. Mas não foi o que aconteceu. Quanto mais demorava a expedição, mais ela chamava a atenção para a incompetência dos americanos e para a esperteza de Villa. A coisa começou a se tornar em uma vergonha internacional. No final, o exército americano teve que sair se arrastando do México, humilhado. Pancho Villa continuou livre e sua popularidade cresceu ainda mais. Pergunta-se: o que Woodrow Wilson deveria ter feito? Ele deveria ter pressionado o governo mexicano a capturar Pancho Villa para ele. Outra coisa, o presidente americano poderia também trabalhar com os mexicanos, silenciosamente, para capturar Villa, pois os mexicanos já estavam meio cansados dele. O governo americano poderia também ter organizado uma armadilha no lado americano da fronteira, prevendo o próximo ataque de Villa onde seria facilmente capturado. Podia, também, ter ignorado a questão totalmente por enquanto, esperando que os próprios mexicanos se livrassem de Pancho Villa espontaneamente. É bom lembrar: você escolhe que as coisas o perturbem ou não. Você pode, da mesma forma, escolher não notar o ofensor irritante, chato, pegajoso e considerar o assunto banal e indigno do seu interesse. Esse é o movimento poderoso em qualquer escala da vida. Aquilo a que você despreza não poderá arrastá-lo para uma discussão fútil. Seu orgulho não está envolvido. A melhor lição que você pode dar ao mosquito irritante é ignorá-lo. Se for impossível ignorá-lo, então conspire em silêncio para acabar com ele, porém jamais inadivertidamente chame atenção para o inseto perturbador que acabará indo embora ou morrendo sozinho. O homem deve aprender a jogar com o desprezo e virar as costas para o que só poderá prejudicá-lo a um prazo muito longo, até lá a vida já pode ter terminado. Fonte de inspiração: As 48 Leis do Poder.



5 comentários:

  1. Está semana comentei em uma conversa informal, sobre auto sabotagem. O ser humano assume seus riscos, tem certeza de alguns, e os que não se tem certeza, tem consciência. Fato é que o ego nos leva a todas as façanhas da vida... Ele é incontrolável. E quem o sabe controlar, pode se considerar um rei. Um ser humano diferenciado.

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    1. Parece que quase todo acontecimento que nos ocorre tem a nossa participação culposa ou consciente....

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  2. Que grandioso ensinamento Dr. Erivelton Lago. Quão forte é o 1 (um) quanto mais são os zeros a seguí-los. Já não me recordo do poeta que o disse. Pancho, esse herói “marginal”, salvo pelo orgulho alheio. A força do desprezo é diamante para a lâmina do conflito. Por que fazemos questão de alimentar com rigor e cotidianamente aquilo que nos consome, né?

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    1. Fugir do que é triste é viver na alagria

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