domingo, 25 de março de 2018

COLUNA DO ZÉ LOPES - CRIME, JULGAMENTO, CONDENAÇÃO E FUTURO


- Qual a condenação que essa mãe merece?

- Qual o futuro dessa criança?

Embora tenha um monte de fatos a serem explorados pela imprensa maranhense, a noticia que tomou conta das redes sociais, dos jornais, das televisões, das rádios, das tribunas, do papo da esquina, da mesa do bar durante toda a semana, foi o ato tresloucado de uma mãe que jogou seu filho de sete meses de cima da ponte do São Francisco a uma altura de aproximadamente 30 metros. O “crime”, foi testemunhado por um casal que passava de carro e, providência divina, passavam pelo local, dois bravos soldados do Batalhão Tiradentes, pelotão da Policia Militar do Maranhão que foi treinado pelo coronel Marques Neto,  que rasgaram a lama e socorreram o pequenino que por instinto humano, engatinhava na tentativa de se salvar. Ninguem cai de uma altura de trinta metros e não se quebra. É aí que se torna mais forte a presença de Deus. São Francisco também intercedeu por esse bebê, afinal, seu nome está ligado diretamente a esse triste episódio.

Presa a mulher, salva a criança, noticia viralizada e um sem fim de opiniões. Luz, câmera, ação, soldados heróis, condecorações, certificados, medalhas, carona nos fatos. Foi grande a dimensão do acontecido, em todos os sentidos, que até virou manchete nacional.

- É uma criminosa, diziam alguns. – Merece pena de morte, comentavam outros. Que mal lhe pergunte: - Qual condenação que essa mãe merece?... Coitada, essa mãe já nasceu condenada por uma doença mental, carrega no hospício da sua existência o preconceito, a discriminação, e as chacotas do dia a dia, lhe confundem ainda mais e as suas reações, para quem tem distúrbio mental e sofre booling, pode até ser considerada natural.

Qual condenação você daria pra essa mãe que foi internada em uma clinica para tratamento psiquiátrico e foi abusada, violentada sexualmente, gerou e pariu um filho vitima dessa brutalidade. – Que mal lhe pergunte: - Que condenação você daria para esse estuprador?... Esse sim, merece todas.

É fácil dar opiniões cercadas de méritos sobre qualquer desventura, julgar e condenar quando não se conhece o conjunto da obra. É preciso conhece-lo, é preciso esmiuçá-lo até o átomo..

- E qual o futuro dessa criança? Tomara que um dia ele não precise se lamentar – Por quê que eu não morri quando minha mãe me jogou de cima da ponte? Essa criança já está estigmatizada, ira carregar nas costas a mancha, não da queda física, mas da queda de um ato que sempre virá à tona como chacota e que pode lhe levar também, a atos tresloucados. A vida imita a vida. Essa mãe, assim como essa criança, estão precisando de ajuda e agora cabe aos poderes constituídos, procurar, achar, julgar e condenar o verdadeiro autor desse episódio, o pai desse filho indesejado.

Espero que o futuro dessa criança não seja simplesmente um mar de lama que supostamente lhe manteve com vida, que o seu futuro tenha trinta metros de altura e seja como o final da sua queda: Amparado por Deus e com as bênçãos do protetor São Francisco.

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