terça-feira, 6 de março de 2018

PONTO DE VISTA - A TEORIA DOS JOGOS - POR JOAQUIM HAIKEL


Por Joaquim Haickel


O que seria dos jogos se nenhum dos times cometessem erros!? Seria uma coisa monótona, sem emoção, sem possibilidade de mudanças, de reviravoltas. Errar mais ou errar menos define o resultado dos jogos. Acertar é uma obrigação. Trapacear é terminantemente proibido, mas já houve quem tivesse feito gol com a mão, e valeu!

No jogo da política maranhense o rompimento com Zé Reinaldo é o primeiro grande erro de Flávio Dino. Com ele ficou demonstrada a falta de gratidão do governador para com aquele que o ajudou a se criar, politicamente. Esse fato não deve ser encarado como lição para Zé Reinaldo, acusado de trair Sarney. Em minha opinião ele foi obrigado a isso pelas circunstâncias do acirramento das relações de sua ex-mulher Alexandra e sua corte, com a ex-governadora Roseana Sarney e seu séquito.

O momento em que é cometido um erro deve ser de muita cautela, pois é comum uma série de outros erros virem juntos, formando uma espécie de efeito cascata. Mas o pior de tudo é quando aqueles, afeitos a arrogância, são impedidos por ela de enxergar a realidade, de ver que aquilo que aconteceu foi um erro e continuam impávidos, rumando para o abismo.

Por outro lado, quando um adversário comete um erro grave e imperdoável, é hora de seus oponentes, de forma rápida, eficiente, eficaz e efetiva, agirem para fazer com que o erro cometido, sacramente ou pelo menos aprofunde a derrota do incauto.

Em termos de política, assim como tudo na vida, o tempo é o maior referencial! É apenas no final das contas que vamos conseguir saber se nossas ações foram boas ou más, se o que fizemos foi produtivo ou infrutífero. Um único grau de deslocamento, de mudança na rota previamente traçada, nos leva a destinos completamente diferentes do que foi planejado, depois de algum tempo e de muitos quilômetros de percurso.

Só um rompimento poderia ter sido pior para Flávio Dino que o de Zé Reinaldo. O de Weverton Rocha, que é o único político do Maranhão que hoje tem um grupo próprio, bem montado, com partido forte, membros motivados. Só o DEM pode vir a se configurar como um segundo grupo com estas características.

Há outra coisa muito importante! O simples fato de Zé Reinaldo não ter aguentado o desprezo dedicado a ele por Flávio Dino não sacramenta o erro e estabelece a vitória da oposição. É preciso que este erro resulte em ações efetivas para debilitar as fileiras do exército adversário. A saída de Zé Reinaldo do grupo dinista deve ser rentabilizada!

É como se estivesse sobrevoando o campo de batalha em um dirigível, vejo de um lado um exército bem aparelhado, comandado por um general obeso e um coronel “asargentado”, sem uma relevante linha média de comando, sem estado maior, graças a sua forma de pensar e de agir, mas eles têm muito armamento e munição.

Do outro lado vejo opositores desarrumados, sem uniformes e sem uniformação, com comandos distintos. Um destes destacamentos é bem maior que os outros, que mesmo menores, são indispensáveis para o sucesso da guerra. Vejo que dois destes grupos parecem se aproximar para juntar forças e se fortalecerem. São mais jovens e motivados. Juntos, estes dois podem se transformar na segunda maior força da batalha e no futuro ser hegemônico!


 Vejo que os exércitos antagonistas do poder precisam avançar separadamente nesta primeira batalha, para que na batalha final possam derrotar seu oponente. No entanto, eles precisarão se reunir, ter uma “Yalta”! Mas querer que essa gente saiba o que é “Yalta” é um pouco demais, né?! Quem não precisar recorrer ao Google para saber o que foi “Yalta”, conseguiu pontos suficientes para passar de nível neste jogo!

Esta guerra não terá um resultado satisfatório para os insurgentes se eles não se organizarem e principalmente se não tiverem um elevado espírito voluntarioso, onde não haja vaidades, mas sim humildade e boa dose de sacrifícios pessoais.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário