sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

JOSÉ DIRCEU TEM SIGILO QUEBRADO POR SUSPEITA DE ENVOLVIMENTO NA LAVA JATO, DIZ TV GLOBO


A Justiça quebrou o sigilo bancário ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, de seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e da empresa JD Consultoria por suspeita de envolvimento no suposto esquema de corrupção na Petrobras .

A Justiça quebrou o sigilo bancário ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, de seu irmão Luiz Eduardo de Oliveira e Silva e da empresa JD Consultoria, que pertence a ambos, por suspeita de envolvimento no suposto esquema de corrupção na Petrobras investigado pela operação Lava Jato, disse o Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quinta-feira.

Segundo o telejornal, procuradores detectaram que a empresa de Dirceu recebeu recursos de três das empreiteiras investigadas por participação no suposto esquema --Galvão Engenharia, OAS e UTC Engenharia.

Documentos mostrados pelo telejornal afirmam que a consultoria de Dirceu, que foi condenado no processo do mensalão, recebeu 725 mil reais da Galvão Engenharia, 720 mil reais da OAS e 1,377 milhão de reais da UTC Engenharia em 2012 e outros 939 mil reais da mesma empresa em 2013.
Executivos das três empreiteiras estão presos na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e se tornaram réus em ações penais sobre as denúncias de irregularidades na Petrobras.

Segundo o Jornal Nacional, os procuradores chegaram à empresa de Dirceu ao analisarem documentos da Receita Federal que mostravam as transferências. Ao aceitar as quebras de sigilos, a Justiça disse que o objetivo é identificar se houve outros pagamentos e se Dirceu e o irmão foram beneficiados pelo suposto esquema.

De acordo com o telejornal, a assessoria de Dirceu disse que os recursos recebidos das empreiteiras foram resultados de serviços de consultoria prestados por ele e previstos em contrato, e que está à disposição da Justiça para esclarecimentos.

A UTC Engenharia informou ter contratado os serviços do ex-ministro para a consultoria em negócios no Peru e na Espanha. A Galvão Engenharia não comentou o caso e a OAS não atendeu as ligações do telejornal.

 
Paulo Roberto Costa atuava, segundo a PF, com facilitador do doleiro Alberto Youssef na Petrobrás, tanto no período em que ocupava o cargo, entre 2004 e 2012, quanto depois, como consultor do setor petroquímico.DELATOR DA LAVA JATO DIZ QUE PROPINA EM PASADENA FOI DE ATÉ US$ 30 MILHÕES



O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, delator da Lava Jato, afirmou à Polícia Federal que a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pode ter envolvido uma propina de US$ 20 milhões a US$ 30 millhões - valor supostamente pago pela Astra Oil, antiga dona, ao ex-diretor de Internacional da estatal Nestor Cerveró e ao lobista Fernando Antonio Falcão Soares, Fernando Baiano, braços do PMDB no esquema.

"Havia boatos na empresa de que o grupo de Nestor Cerveró, incluindo o PMDB e Fernando Baiano, teria dividido algo entre vinte e trinta milhões de dólares, recebidos provavelmente da Astra".

Costa afirma ainda que a compra foi um mal negócio e envolveria um investimento muito alto. Ele confessou ter recebido US$ 1,5 milhão do operador do PMDB, Fernando Baiano, para "não atrapalhar o negócio".

Costa afirmou ainda que o então diretor de Serviço da Petrobrás Renato Duque - indicado pelo PT - seria o responsável pelas obras de adequação da refinaria. O delator afirmou que esse contratos seriam entregues a duas das empreiteiras alvos da Lava Jato, Odebrecth e UTC Engenharia.

"Quanto à Refinaria de Pasadena, não foi um bom negócio, pois a mesma era feita para processar petróleo leve, enquanto a Petrobrás exportava petróleo pesado; que para Pasadena poder processar o petróleo do tipo que a Petrobrás exportava, precisaria de uma adequação que poderia custar de um a dois bilhões de dólares", afirmou Costa em depoimento à PF no dia 7 de setembro.

"Fernando Baiano procurou o declarante para pedir que não criasse problemas na reunião de Diretoria para aprovar a compra da refinaria de Pasadena, o processo de compra já estava bastante adiantado no âmbito da Petrobrás", afirmou Costa.

"Fernando Baiano ofereceu ao declarante o valor de US$ 1,5 milhão para não causar problemas na reunião de aprovação da compra da refinaria de Pasadena", revelou.

O ex-diretor "aceitou o valor e Fernando operacionalizou a disponibilização deste valor no exterior". Ele disse acreditar que o "valor tenha sido bancado pela própria Astra Petróleo", dona da refinaria que vendeu 50% à estatal brasileira em 2006. Segundo o Tribunal de Contas da União, o negócio gerou um prejuízo de US$ 792 milhões.

Ele cita o envolvimento do ex-diretor da área de Internacional, Nestor Cerveró preso desde o dia 14, e de outro funcionário."Soube quem trouxe este assunto da refinaria de Pasadena para a Petrobrás, isto é, a Nestor Cerveró, foi um ex-empregado da área comercial da Petrobrás, acredita que chamado Alberto Feilhaber."

Paraíso fiscal

Costa afirmou à PF que "por volta de 2007 ou 2008" esteve com Fernando Baiano em Liechteinstein, no Vilartes Bank, e acredita que tenha sido neste banco que tenham sido depositados os US$1,5 milhão.
 

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