sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

EM NOME DA ARTE




O drama feito no Facebook por causa da remoção do Fusca do Pirata que estava há 3 anos na Litorânea faz sentido. Tratava-se de uma característica peculiar de um lugar. Inofensiva, simpática, decorativa... e até lendária.

Em uma cidade tão carente de arquitetura urbanística, paisagismo e presença de arte em seus pontos turísticos, o velho Fusca - que um dia foi sucata - era sim uma obra da arte moderna, exposta em um espaço livre e belíssimo por natureza. 

O filósofo Kant, que mudou a forma de se estudar estética, afirmou em teorias que a beleza estaria nos olhos de quem a enxerga. Dependia da percepção. Faltou esta sensibilidade em quem despachou a ordem de remoção. Que, convenhamos, não deu lição de moral a ninguém.


O caso do “Pirata da Litorânea” ganhou repercussão nacional. O apresentador Luciano Huck recebeu milhares de mensagens via rede social para que ajudasse o homem que morava no carro que foi retirado da Litorânea pela Prefeitura de São Luís, atendendo a solicitação do Ministério Público.
E pelo visto, o “Pirata da Litorânea” vai ser personagem do quadro Lata Velha.
“Desde cedo recebi milhares de mensagens sobre a história do “Pirata da Litorânea. Já estamos na missão. Valeu a todos pelas dicas e olhos abertos sempre”, escreveu Huck.

Teóricos dizem que as redes sociais mudarão a sociedade como um todo. Não é verdade. Já mudou quase tudo. Inclusive, na velocidade de se alterar uma situação pelo engajamento.


A campanha para ajudar o Pirata da Litorânea mobilizou - provavelmente por arrependimento ou aproveitamento - secretários municipais e outros funcionários da prefeitura para "auxiliar" no caso daquele que só queria mesmo a vaga e o Fusca.


Pirata também agora já tem a atenção de Luciano Huck, que apresenta o programa assistencialista mais rejuvenescido (mas, nem tanto) da televisão. Ele saberia como ninguém se aproveitar do carisma e popularidade que Pirata tem, e terá. 

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