segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MORRE RAIMUNDO SÉRGIO


Raimundo Sérgio
Bacabal está de luto, perde  o senhor Raimundo Sérgio. Fomos noticiado agora há pouco da morte de Raimundo Sérgio. Ele que faz parte da melhor história de Bacabal era um multifacetado. Artista circense, mágico, palhaço, sanfoneiro, violonista, trovador, jornalista, compositor, poeta, escritor e foi vereador com projetos de alta relevância para Bacabal. Participou de vários festivais de música, eternizou a canção “Bacabal cinqüentenário”, tem musicas gravadas pelo extinto grupo   “Os Canários do Norte”, além de dois livros editados e publicados e é membro da Academia Bacabalense de Letras. . . Ele deixa  viuva a senhora Dalnivete e órfãos o apresentador de televisão Salomão Duarte, o Dj e locutor Paulo Sérgio, o seu The Paul, Silas, Joel, Damaris. Eugenio e vários netos. Raimundo Sérgio nos deixa, aceitou o convite de Deus,


Com texto de Abel Carvalho

Seu Raimundo Sérgio merece mais que um simples registro da sua morte, mesmo que esse registro aconteça na forma de um belo obituário, embora ele já tenha sido homenageado de algumas maneiras, todas exaltando um pouco do muito que ele fez.

Lembraram da sua chegada em Bacabal, na década de 50 do século passado, sob a proteção da lona de um circo onde atuava como um hilário palhaço.

Mostram que ele, como político, foi vereador por 3 legislaturas e candidato a vice-prefeito uma vez.

Eu acrescento que ele também foi corretor de imóveis e com uma preocupação peculiar e incomum entre os seus poucos colegas à época: a organização urbana da cidade.

E acrescento ainda a sua verve jornalística pioneira em nosso município, tanto como correspondente de diários como jornal pequeno, como por inciativa de edição própria com o Correio de Bacabal.

Exaltaram deus dotes artísticos como sanfoneiro, compositor, poeta, trovador, escritor, jornalista e historiador.

Para mim certa vez ele confessou que gostava de ser trovador.

Eu quero destacar aqui nessa crônica o seu lado que mais me fascinava: o de amante de Bacabal.

Amante na expressão literal - Pessoa que ama; namorado; apaixonado.

E ele me revelou também que foi amor à primeira vista, a ponto de nunca mais ter sentido vontade de voltar a sua terra natal, da qual também sempre falou muito bem e pela qual demonstrava grande amor.

O Raimundo Sérgio que eu conheci formou, ao lado dos também poetas Brasilino Miranda e Fabrício de Morais, o primeiro trio de pessoas que eu tenho notícias que se preocuparam em levantar, preservar e contar a bela e, ainda insípida e curta, história da cidade de Bacabal.

Seu Fabrício não conseguiu registrar nada em livro, mas deixou muito sobre a história de Bacabal em seu arquivo pessoal. Seu Brasilino ainda fez dois registros: Bacabal por Dentro e Bacabal Moderno. Raimundo Sérgio Escreveu Bacabal de Sempre – Histórias de Bacabal.
Mas seu trabalho como historiador amante de Bacabal não se limitou a um livro. Após se eleger vereador em 1958, ano em que nasci – apenas 8 anos depois de ter chegado aqui -, sua primeira preocupação ao entrar na câmara de vereadores foi buscar os registros das coisas que ali aconteceram antes. E quase nada encontrou.

Começou aí, então seu árduo trabalho de levantar a história de Bacabal levantando inicialmente a história da câmara municipal.

Contou-me que foi um resgate difícil porque quase nada havia sido registrado.

Tratou então, de registrar tudo o que aconteceu a partir do seu período, o fez com destreza. Hoje a câmara dispõe de um bom registro de sua história.

Findo esse levantamento veio o trabalho mais duro, mas segundo o próprio Raimundo Sérgio, mais prazeroso: pesquisar e registrar a história de Bacabal.

E ele fez isso de várias formas. Usou a poesia, a música e a literatura.

Preservou e difundiu aquilo que lhe foi possível, dentro das suas próprias possibilidades e, sem questionar em nenhum momento a falta de apoio.

Hoje a pequena raiz da História de Bacabal ficou mais podre, menos resistente. Mas Raimundo Sérgio vai se juntar em outro plano para fazer orações a nosso favor, ao lado de Brasilino e Fabrício.


Aqui agora ficam poucos e com muitas responsabilidades.

Bacabal perde seu amante maior. Eu perco um grande amigo sem nunca ter lhe confessado que sou jornalista por sua causa e inspiração e que aprendi a amar essa terra – não tanto quanto ele – ouvindo embevecido as suas belas e cativantes histórias sobre as coisas do Bacabal de Sempre.

A mesma Bacabal que amamos hoje não chora por ele como ele bem o merece, fato que no futuro se repetirá comigo.

Eu no meu canto choro o meu choro contido.


Não vou ao seu velório nem ao seu enterro.

Repito o gesto que comecei com a morte do meu pai e repeti na de minha irmã, do meu irmão e com Teresinha. Prefiro no registro da minha memória a sua imagem em vida, em pé com o inseparável guarda chuva no braço.


Com texto de Sergio Mathias

Por volta das 4h30 da manhã dessa segunda-feira (10) o município de Bacabal perdeu um dos seus mais expressivos nomes. Vereador por três mandatos, presidente da câmara, poeta e escritor, foram só alguns dos inúmeros feitos e virtudes de Raimundo Sérgio de Oliveira que faleceu aos 89 anos vítima de um infarte fulminante.

Raimundo Sérgio, que também era membro da Academia Bacabalense de Letras, completaria 90 anos no próximo dia 24 de junho. Ele era casado com dona Ivete Duarte com quem teve 10 filhos, entre eles, o apresentador de TV Salomão Duarte (TV Nova Esperança).

O velório está acontecendo na rua Osvaldo Cruz 388, centro. O sepultamento está marcado para ocorrer às 17 horas de hoje (10), no cemitério do Axixá.

Câmara Municipal de Bacabal
Gabinete do vereador Rogério Santos


Nota de Pesar


O Maranhão e a cidade de Bacabal perderam hoje um grande homem. Como vereador, historiador, compositor, poeta e trovador Raimundo Sérgio de Oliveira cumpriu sua missão com destreza, denodo e respeito a todos os seus semelhantes. A sua trajetória foi marcada pela dedicação em transformar para melhor a vida das pessoas, especialmente as mais humildes.
Eu perdi hoje um grande amigo e conselheiro, daqueles das horas boas e más. Raimundo Sérgio era capaz de recitar poesia, inclusive as próprias, com a força de um grande artista e a naturalidade de um repentista. Ao mesmo tempo, era capaz de aprimorar uma discussão com uma lógica irretocável.
Dona Ivete perdeu um companheiro leal. Salomão, Paulo Sérgio, Silas, Joel, Damaris e Eugenio perderam um pai amoroso.
Raimundo Sérgio de Oliveira foi um exemplo de coragem e um exemplo de caráter na vida privada e na sua trajetória pública.
Ele fará falta, mas seu exemplo nos guiará.


Bacabal – Ma 10 de fevereiro de 2014

Carlos Rogério Santos Silva
Vereador


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