Faz algum tempo que não
escrevo e por isso mesmo nada tenho publicado aqui neste espaço, onde desde
1990 custumo fazer ecoar minhas ideias, sejam elas resultantes de minhas
reflexões literárias, políticas, filosóficas ou que tais.
Não tenho conseguido
arrumar minhas ideias com a devida clareza, me falta um discurso mais alinhado.
Neste caso, o alinho que falta é em meu texto, e isso se deve ao fato de que
minha mente tem sido campo de batalha para uma luta incansável de meu intelecto
com minha capacidade de traduzir em discurso ou texto, tudo o que há de
potencial nele.
Tenho pensado muito e
tido pouca capacidade de transformar esses pensamentos, essas ideias e suas
reflexões em comunicação. É que esses têm sido tempos difíceis! Olhe que têm
mesmo, pois para me deixar sem palavras só sendo tempos realmente difíceis.
Ando muito decepcionado
com pessoas que imaginava serem criaturas superiores, mas que acabo descobrindo
que não são, no entanto já deveria estar acostumado, esse é o movimento natural
das marés humanas. E ainda há quem culpe a lua!
Como não tenho tido
capacidade de traduzir o que há dentro de mim vou lançar mão da ideia inicial
de outra pessoa para desenvolver o meu texto de hoje. Faço isso ao comentar com
vocês um assunto que me foi chamada atenção pelo meu irmão Nagib, num dos
almoços de domingo na casa de dona Clarice, minha mãe.
Trata-se do fato de
algumas pessoas não atenderem ao chamado dos telefones, ou quando fazem isso, o
fazem somente depois dos pobres miseráveis assessórios eletrônicos terem
ficados roucos de chamarem.
A távola dominical de
minha mãe, como imagino que sejam as de todas as famílias, menos que
sustentáculo de pratos saborosos, é aparato de muitas e deliciosas conversas
familiares, que acabam por se transformar em corte epstemológico de nosso
tecido social. Naquela sala, tenho certeza se retratam todas as salas de todas
as famílias de nossa terra, sem separação de condição social ou financeira.
Como resultado das
conversas daquele domingo, ficam aqui três frases para seu deleite e sua
análise, uma vez que o novo padrão de tamanho de texto deste jornal me impede
de fazer uma análise mais aprofundada sobre o tema.
1 – Nos dias atuais, a
maior demonstração de intimidade que pode haver entre as pessoas, graças às
novas mídias e tecnologias, é falar com alguém ao telefone.
2 – Whatsapp, Instagram, Faceboock, Twitter, Snapchat
… Tudo isso só distancia mais as pessoas, as tornam mais
superficiais, telegráficas. Aparentemente as pessoas se comunicam mais, porém
na verdade comunicação vai além do que hoje acontece.
3 – Quem usa muito as
redes sociais fica mais conhecido, porém muito mais distante, muito menos
íntimo das pessoas. A proliferação de suas opiniões na rede, de suas caras nas
fotos de seus posts, de forma alguma substituem a convivência pessoal, o aperto
de mão, o abraço fraterno…
Tenho certeza de que com
essas três frases vocês poderão fazer o almoço deste domingo ser pano de fundo
para um bom debate e uma maravilhosa convivência em família.
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