Recebi das mãos
do violonista Manu Lopes, um livro
organizado pela professora Maria Auxiliadora
Gonçalves de Mesquita , intitulado - Leitura:
uma História de Vida.
O livro conta a história de 32 jovens e entre as histórias, está a de Manuel Francisco Lopes dos Santos, o Manu
Lopes, meu sobrinho, filho da minha irmã Dalva
Lopes com seu falecido marido Manoel
Timóteo dos Santos. Irmão de Raimundo Máximo e Ana Luisa.
Em um trecho, dedicado a mim, Manu Lopes diz:
Aos 14 anos de idade mudei-me pra São Luis pra morar com o meu pai, nos
finais de semana visitava o meu tio materno Zé Lopes, que é escritor, com livros publicados, redator, jornalista,
cantor e compositor, pessoa muito culta, por quem tenho uma profunda admiração.
Ele me incentivou muito a ler, devido a uns erros ortográficos que detectava nas mensagens que eu os enviava. Certo dia
para agradá-lo, peguei um livro grosso que estava exposto no seu acervo
literário, que tinha por titulo – O Mundo
de Sofia. No desejo de agradá-lo, acabei agradando-me da leitura, fui
fisgado na arte que só os bons escritores tem de prender o leitor, de maneira sutil
fui levado a querer descobrir os mistérios que estavam envolvendo a vida da menina
Sofia e pouco a pouco o autor me levou a conhecer a história da Filosofia e seus principais
representantes. Aquele livro, aparentemente grosso, logo se tornou fino no meu
olhar e lhe pedi que me emprestasse para que terminasse de ler em casa.
Essa experiência foi o pontapé inicial para que
eu pudesse desenvolver um relacionamento de amizade com os livros . Comecei
lendo poemas de Augusto dos Anjos, Cecília Meireles, Charles Baudelaire e
do maranhense Ferreira Gullar, sendo
leitor de sua coluna no jornal Folha de
São Paulo. Depois vieram os paradidáticos , dentre eles o que mais me impactou
foi – Macunaíma – de Mário de Andrade,
que me fez olhar o Brasil de outro ângulo. Isso me possibilitou a sair da lamentável
estatística dos que não leem no País.Relatou Manu Lopes
Descobri o talento de Manu Lopes quando
ele tinha uns doze ou treze anos, quando fui participar de um festival de musica
em Bacabal e na casa de minha Irma, depois do almoço,fomos para o quarto dos fundos
onde botei no gravador uma fita K7 com vários artistas cantando Cartola. Ele tirou
o violão da capa e sem nunca ter pegado num instrumento, descobriu uma nota.
Disse a ele que se ganhasse algum prêmio naquele festival, lhe daria um violão.
Quando fui sair para ensaiar, ele me pediu que deixasse a fita para ele ficar ouvindo.
A criança que já começa ouvindo Cartola, é diferenciada. O certo é que ganhei o
festival e no Natal lhe presenteei com seu primeiro violão.
Daí não parou mais. Com uma alma independente, mudou-se para São Luis
onde ralou muito para conseguir seu espaço.Hoje esse filho de Dalva Lopes é
professor de canto e violão, é da Escola Estadual de Musica e cursa musica na
Universidade Federal do Maranhão. É musico da noite, toca com os principais
artistas de São Luis, canta e compõe muito bem, viaja muito, já participou de
vários festivais, inclusive sendo campeão.
Uma pessoa que na infância ouve Cartola,
o primeiro livro que lê é um romance da história da filosofia, O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder, o primeiro poeta é Augusto dos Anjos, o primeiro clássico é Macunaíma – de Mário de Andrade,
está alem do nosso tempo.
Sou orgulhoso por contribuir com esse sucesso.
Que Deus te abençoe
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