domingo, 22 de novembro de 2015

COLUNA DO ZÉ LOPES - MANU LOPES - UMA HISTÓRIA DE VIDA.

Recebi das  mãos do violonista Manu Lopes, um livro organizado pela professora Maria Auxiliadora Gonçalves de Mesquita , intitulado - Leitura: uma História de Vida.

O livro conta a história de 32 jovens e entre as histórias, está a de Manuel Francisco Lopes dos Santos, o Manu Lopes, meu sobrinho, filho da minha irmã Dalva Lopes com seu falecido marido Manoel Timóteo dos Santos. Irmão de Raimundo Máximo e Ana Luisa.

Em um trecho, dedicado a mim, Manu Lopes diz: 

Aos 14 anos de idade mudei-me pra São Luis pra morar com o meu pai, nos finais de semana visitava o meu tio materno Zé Lopes, que é escritor, com livros publicados, redator, jornalista, cantor e compositor, pessoa muito culta, por quem tenho uma profunda admiração. Ele me incentivou muito a ler, devido a uns erros ortográficos que detectava  nas mensagens que eu os enviava. Certo dia para agradá-lo, peguei um livro grosso que estava exposto no seu acervo literário, que tinha por titulo – O Mundo de Sofia. No desejo de agradá-lo, acabei agradando-me da leitura, fui fisgado na arte que só os bons escritores tem de prender o leitor, de maneira sutil fui levado a querer descobrir os mistérios que estavam envolvendo a vida da menina Sofia e pouco a pouco o autor me levou a conhecer a história da Filosofia e seus principais representantes. Aquele livro, aparentemente grosso, logo se tornou fino no meu olhar e lhe pedi que me emprestasse para que terminasse de ler em casa.


Essa experiência foi o pontapé inicial para que eu pudesse desenvolver um relacionamento de amizade com os livros . Comecei lendo poemas de Augusto dos Anjos, Cecília Meireles, Charles Baudelaire e do maranhense Ferreira Gullar, sendo leitor de sua coluna no jornal Folha de São Paulo. Depois vieram os paradidáticos , dentre eles o que mais me impactou foi – Macunaíma – de Mário de Andrade, que me fez olhar o Brasil de outro ângulo. Isso me possibilitou a sair da lamentável estatística dos que não leem no País.Relatou Manu Lopes

Descobri  o  talento de Manu Lopes quando ele tinha uns doze ou treze anos, quando fui participar de um festival de musica em Bacabal e na casa de minha Irma, depois do almoço,fomos para o quarto dos fundos onde botei no gravador uma fita K7 com vários artistas cantando Cartola. Ele tirou o violão da capa e sem nunca ter pegado num instrumento, descobriu uma nota. Disse a ele que se ganhasse algum prêmio naquele festival, lhe daria um violão. 

Quando fui sair para ensaiar, ele me pediu que deixasse a fita para ele ficar ouvindo. A criança que já começa ouvindo Cartola, é diferenciada. O certo é que ganhei o festival e no Natal lhe presenteei com seu primeiro violão.

Daí não parou mais. Com uma alma independente, mudou-se para São Luis onde ralou muito para conseguir seu espaço.Hoje esse filho de Dalva Lopes é professor de canto e violão, é da Escola Estadual de Musica e cursa musica na Universidade Federal do Maranhão. É musico da noite, toca com os principais artistas de São Luis, canta e compõe muito bem, viaja muito, já participou de vários festivais, inclusive sendo campeão.

Uma pessoa que na infância ouve Cartola, o primeiro livro que lê é um romance da história da filosofia, O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder,  o primeiro poeta é Augusto dos Anjos, o primeiro clássico é Macunaíma – de Mário de Andrade, está alem do nosso tempo.


Sou orgulhoso por contribuir com esse sucesso.

Que  Deus te abençoe

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