Representantes do Poder Executivo,
Cynthia Mota (Planejamento) e Marcelo Tavares (Casa Civil) ficaram sem
argumentos convincentes para defender a suposta crise nas finanças do governo,
durante audiência pública realizada na quartafeira (11), pela Comissão de
Orçamento, Finanças, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa, que
discutiu os resultados da execução orçamentária, apresentada pela Secretaria de
Planejamento (Seplan).
“Existe uma crise econômica no Maranhão e no Brasil, mas as
finanças do governo mostram um quadro diferente. O governo passado deixou uma
boa política orçamentária e ela permanece neste governo”, afirmou Adriano
Sarney, ressaltando que o Executivo dispõe em caixa mais de R$ 1,6 bilhão.
O relatório da Seplan traz dados comparativos do ano passado com
o atual. Neste sentido, foram analisados alguns pontos importantes como
receitas tributárias, transferências correntes, endividamento, custos com
pessoal e o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
A respeito do aumento de receitas tributárias, o demonstrativo
da Seplan revelou que houve alta de 8,45% da arrecadação, com destaque para a
elevação de 9,3% no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS),
que em termos de recursos representa uma alta de R$ 236 milhões no comparativo
do exercício de janeiro a agosto de 2014 com o mesmo período deste ano. Houve
também aumento de R$ 35 milhões na arrecadação do Imposto sobre a Propriedade
de Veículos Automotores (IPVA). “Em resumo, somados a outros impostos, o
crescimento das receitas tributárias foi da ordem de R$ 266 milhões”, revelou o
deputado.
Transferências De acordo com o deputado Adriano Sarney, o
relatório sobre a execução orçamentária do Executivo contraria o que a base
governista insiste em afirmar a respeito da suposta diminuição das
transferências federais. Ao contrário, constatou-se um aumento geral da ordem
de 3,11%, com destaque para o Fundo de Participação dos Estados (FPE), que teve
um crescimento de 6,53%.
Segundo o parlamentar, pelos números apresentados pelo Governo,
a meta para transferências correntes, estimada em R$ 5,57 bilhões para este
ano, já foi superada, chegando a R$ 5,96 bilhões. “Com base nisso, concluise
que a crise econômica está acontecendo no Brasil, mas não no Maranhão. No
Governo do Maranhão as finanças estão equilibradas e as receitas estão
aumentando”, ressaltou Adriano Sarney.
Limites - No
que diz respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), destacou o deputado,
os números do Executivo contrariam a defesa governista de que o Maranhão é um
estado endividado e que foi entregue assim pela gestão anterior.
“Existe uma margem de endividamento, definida por resolução do
Senado Federal, a qual diz que um estado pode se endividar até 200% da sua
receita corrente líquida. E quanto está o endividamento do estado? Está em
apenas 46%. Então, diante dessa situação, verificamos que a situação do
Maranhão está “no azul” (em ordem)”, frisou Adriano Sarney.
A respeito dos gastos com pessoal, ressaltou o deputado, a LRF
prevê como limite o comprometimento de até 49% das receitas, com margem de
alerta na faixa de 44%, mas o Maranhão está na faixa de 42%.
“No ano passado a fatia dos gastos com pessoal era 39,57%. Neste
ano, houve aumento, mas não é alarmante, porque ainda estarseá a dois pontos
percentuais do limite de alerta. Esse custo está aumentando com o passar dos
anos. No governo atual isso aumentou muito e precisamos estar conscientes
disso, porque o Governo pode ter problemas de aprovação de suas contas no
Tribunal de Contas do Estado (TCE)”, ponderou o deputado.
Além do deputado Adriano Sarney (PV), os deputados Edilázio
Júnior (PV) e Josimar de Maranhãozinho(PR), cobraram do governo o pagamento das
emendas parlamentares, após audiência na Sala das Comissões da Assembleia, e
que, segundo Edilázio, chegam a R$ 80 milhões.
“O governo tem em caixa R$ 1,6 bilhão. Então eu pergunto: com R$
1,663 bilhão, por que o governo não paga as emendas dos parlamenteares? Por que
o Governo não paga os convênios com as prefeituras? Os R$ 1,6 bilhão não são
números inventados por mim. São números apresentados hoje pela Seplan”, indagou
Adriano Sarney.
“Não existe nada de sombrio com relação às contas do Estado, que
até aumentou a arrecadação, melhorou o Fundo de Participação Estadual. Então,
onde estão as emendas de parlamentares que não estão sendo pagas? São quase R$
80 milhões dos exdeputados que não foram candidatos ou que não foram
reeleitos, que foi publicado na Lei Orçamentária, aprovada por esta Casa”,
discursou Edilázio Júnior.
Josimar de Maranhãozinho (PR) reforçou a cobrança de Edilázio
Júnior: “Sobre a reunião que tivemos na Comissão de Orçamento e fiquei muito
feliz em saber que, apesar de toda crise econômica que o país vive, o FPE do
Maranhão tem um crescimento de 6,53%. Feliz por isso e um pouco decepcionado,
pois nas visitas que fiz ao Executivo, todos os secretários falam com convicção
que o Governo não tem dinheiro para empenhar e pagar as nossas emendas, que vão
beneficiar os municípios. Não tem dinheiro para pagar os convênios que os
prefeitos executaram e hoje são vítimas de cobrança das empresas por as obras
estarem finalizadas e o recurso do Estado não ter sido repassado”, declarou o
deputado do PR.
De O Estado
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