“A candidata Dilma e sua campanha mantiveram
o sangue frio naquele momento difícil que foi o início do segundo turno, quando
as pesquisas davam uma ligeira dianteira para Aécio”, lembra Romão.
Outro trunfo da campanha, na visão do
cientista político, foi ter dado uma resposta rápida às denúncias publicadas
pela revista Veja, que chegou às bancas na última sexta-feira.
O programa de TV da candidata petista teve
grande parte de seu tempo ocupado com uma resposta da presidente às acusações.
“Falar sobre as denúncias durante o programa
foi uma decisão arriscada, mas acho que se mostrou acertada. De certo modo,
isso neutralizou uma potencial queda que poderia ter sido maior”, afirma Romão.
Dilma teve uma votação expressiva no Nordeste do país, que garantiu a vitória à candidata. Para Romão, a aprovação da presidente nesta região é resultado das políticas do governo federal para o Nordeste.
“Há muito preconceito com relação à votação
no Nordeste. Mas acredito que essa votação se deve aos ganhos que esses doze
anos levaram para a população da região. As taxas de crescimento do PIB no
Nordeste são muito positivas, não é só o Bolsa Família que explica essa
votação”, afirma.
Aécio
Para o cientista político o candidato
derrotado Aécio Neves “sai dessa eleição maior do que entrou”. “Foi uma
derrota, mas Aécio teve um desempenho espetacular. Aécio se mostrou um grande
líder político capaz de galvanizar os desejos da oposição”, avalia Romão.
No entanto, o especialista afirma que a
candidatura do PSDB à presidência em 2018 ainda não está certa. “A disputa para
a próxima candidatura vai ser muito dura. Alckmin teve uma vitória expressiva
em São Paulo nessas eleições e termina seu mandato daqui a quatro anos. Tenho
certeza que esse jogo vai se colocar com muita força”, avalia.
Aécio teve uma vitória expressiva no estado
de São Paulo, mas perdeu em seu reduto político, Minas Gerais, que ficou
dividido entre os dois candidatos, com vantagem para a petista. Para Romão, a
divisão em Minas reflete a divisão do País.
“O PT sempre dividiu a votação com o PSDB por
lá. Minas é um mini-Brasil, está entre a hegemonia do PSDB no Sul a hegemonia
do PT no Nordeste”, avalia.
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